2.11.12

Estratégia de conteúdo para mídias sociais



Por que você acessa o Facebook? Certamente não é para ver propaganda e informes publicitários. Esse fato é ignorado por muitas marcas, o que limita o engajamento dos usuários e o alcance viral do conteúdo (mídia espontânea).

A principal atração nessa rede são os amigos, com quem gostamos de compartilhar nossos assuntos favoritos, geralmente ligados a entretenimento, estilo de vida, comportamento e notícias espetaculares.

Em outras redes, o papo pode variar dependendo das comunidades que frequentamos. Se você trabalha com marketing digital, provavelmente tuitará muito sobre isso e até participará de grupos profissionais especializados no LinkedIn e no Facebook.

De qualquer modo, a conversa não gira em torno do que é importante para as marcas, mas para você. Eventualmente há interesses compartilhados entre as duas partes. E é aí que devemos atuar.


Buscando por valores compartilhados

O nosso ponto de partida é o ponto de vista do consumidor: o público precisa se identificar com a nossa história, sentir que ela fala de algo importante que ele vive também, que trata de uma escolha ou conflito central em sua vida.

Notem, procuramos por uma história que as pessoas queiram compartilhar porque é a cara delas (ou a cara que gostariam de ter).

Uma história que as ajude a expressar e entender melhor os seus desejos e conflitos (e às vezes relaxar um pouco, rindo deles).

Uma história que também aponte uma saída para tais conflitos.

E que sirva de mote para uma série de histórias, pois, como veremos a seguir, uma grande marca, assim como um grande autor, distingue-se pelo conjunto da sua obra.


Uma questão de metodologia

Na abordagem de branding hipercultural, procuramos por um tipo de história específico, um mito de identidade que a marca tenha autoridade cultural para contar.

É um enredo bem diferente daquele conteúdo auto-promocional e chapa-branca que ainda vemos nas mídias sociais.

Talvez a persistência dessas mensagens sem graça ocorra porque alguns profissionais ainda não notaram que há muitas outras estratégias de persuasão além das que tratam explicitamente dos valores utilitários de uma oferta, do seu preço e da sua relação custo/benefício.


Marcas com personalidade

Há também quem reconheça a importância de abordar o aspecto aspiracional e lúdico do consumo, mas, ao fazê-lo, se perde ao recorrer a um "gancho" qualquer, desde que esteja à mão e prometa muitos "curtir".

Uma marca não pode falar de qualquer assunto só para agradar, não pode ser uma maria-vai-com-as-outras: quem faz isso é gente sem personalidade. E sem graça.


A marca como autor virtual

Para conquistar autoridade cultural, uma marca, como um bom autor virtual, precisa ter voz própria e se especializar em certos temas.

Não é muito diferente do que acontece aos bons diretores de cinema ou escritores - nós sabemos muito bem a quem recorrer quando queremos ver uma comédia de costumes inteligente (Woody Allen) ou ler poemas tão afiados quanto uma faca só lâmina (João Cabral de Melo Neto).


Leia também: Personalidade de marca nas mídias sociais

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